O nome vem do francês "Franc-maçonnerie". Maçon, em francês, significa, "pedreiro", e franc significa "Livre". Donde se deduz que Franco -maçonaria quer dizer "Associação de Pedreiros Livres".
Em sentido amplo, a história da Maçonaria pode ser dividida em três períodos: o antigo ou lendário; o medieval ou operativo e o moderno ou especulativo. Segundo alguns historiadores, do período antigo ou lendário, não se tem conhecimento sobre a sua origem, alcança, mais ou menos, o século V antes de Cristo, com a construção do TEMPLO DE SALOMÃO.
No primeiro quartel do período medieval, os "Collegias Fabrorum" do Império Romano deram origem às associações de artífices de mesmas profissões, e na Alemanha, tais entidades foram denominadas de "GUILDAS" de operários. As associações tinham por escopo guardar os segredos das profissões, e o faziam de modo a serem confiados a poucos, após um demorado tempo de aprendizado.
A Maçonaria, só admitia em seu seio os que praticavam a arte da construção. Era a época das grandes catedrais, das pontes, das cidades "modernas". A arquitetura, então, era considerada uma arte real porque tinha a simpatia da nobreza, e uma arte sagrada porque a maioria de seus obreiros se empenhavam na construção de templos destinados ao culto de Deus.
Mas, para muitos, a origem das Guildas, está vinculada à criação, em 1.118, da Ordem dos Templários (Soberana Ordem dos Cavaleiros do Templo de Jerusalém), a mais importante ordem religiosa militar de todo o período medieval. Sua função seria garantir a guarda dos lugares santos da Palestina (as cidades onde Jesus tinha vivido) e proteger os cristãos peregrinos. Os cavaleiros da Ordem obedeciam a regras bastante rígidas: faziam voto de castidade, pobreza e obediência, assumiam o compromisso de aceitar combates em que um único templário enfrentaria até três inimigos.
A Ordem dos Templários estava dividida em três classes: a dos Clérigos (formada por sacerdotes), a dos Irmãos Leigos (que serviam como escudeiros) e a dos Cavaleiros (os soldados, a força combatente). Os cavaleiros tinham, obrigatoriamente, origem nobre, e cabia a eles governar a instituição.
Como única força militar organizada da época, os Cavaleiros do Templo formavam também o contingente dos exércitos europeus. Iam para as Cruzadas (missões militares que pretendiam transformar a Palestina em território cristão) e traziam muitas riquezas do Oriente. Além disso os Templários revelaram-se hábeis negociantes, e souberam beneficiar-se da necessidade que os governantes tinham de seus serviços transformando-se, em pouco tempo, em donos de uma incalculável fortuna em ouro. Províncias inteiras foram colocadas sob sua guarda, e os templários acabaram por se tornar verdadeiros "senhores do mundo", livres do pagamento de impostos e subordinados apenas ao papa.
Ao mesmo tempo, os templários enviavam trabalhadores cristãos para a construção de estradas, pontes, igrejas e fortalezas no Oriente. Mas, apesar de todo o seu poder, a Ordem dos Templários teve vida curta. Seu ouro despertava a cobiça de muitos reis, e, no início do século XIV, Felipe, o Belo, rei da França, em acordo firmado com o papa Clemente V, instaurou um severo processo contra os templários. Como pretexto, utilizaram as cerimônias iniciáticas da Ordem, classificado-as como heréticas (contrárias à religião católica).
Acusados por práticas demoníacas, feitiçaria e adoração de ídolos, cerca de 15 mil templários foram condenados a morte nas fogueiras da Inquisição entre eles seu mais famoso líder Jacques de Moley, enquanto Felipe apossava-se de todos os seus bens. Embora oficialmente extintos, os templários não deixaram de existir. Os trabalhadores enviados para as construções no Oriente voltaram para a Europa trazendo em sua bagagem uma série de novos conhecimentos que influenciaram os construtores europeus. Agruparam-se em corporações chamadas Compagnonnage (Companheirismo, em francês) e por uma série de afinidades, principalmente profissionais, aproximaram-se das Guildas. Quando esses grupos uniram, mesclando seus conhecimentos e suas tradições, nasceu a chamada Maçonaria Operativa, que mais tarde viria a se tornar a Maçonaria Moderna.
No final do século XVI, as tendências filosóficas mais liberais ganhavam força em toda a Europa. As ciências naturais, a indústria e o comércio evoluíam como nunca acontecera antes. Com todo esse avanço, os segredos de construção - até aquele momento muito bem guardados pelos membros das Guildas - estavam ao alcance de todos. Dessa maneira, as organizações formadas pelos francomaçons (construtores livres) perdiam seu sentido. Então, para se renovar e recuperar forças, a Maçonaria abriu suas portas a qualquer homem de bem que nela desejasse ingressar. É nesse momento que nasce a Maçonaria Moderna, chamada de especulativa ou filosófica. Nela, ingressam artistas, filósofos, enfim, livres-pensadores de todo o mundo, que passam a ser conhecidos como maçons aceitos.
É em Londres, em 24 de junho de 1.717 que se forma a primeira Grande Loja Maçônica do mundo. Exatamente na Inglaterra, berço do Protestantismo, onde o rei Henrique VIII erguera-se contra o Vaticano fundando a Igreja Anglicana. Por esse motivo, grande parte dos maçons aceitos era protestante, e, no ano de 1.723, quando é promulgada a 1ª Constituição Maçônica (elaborada pelo reverendo anglicano James Anderson), a Maçonaria concede a seus integrantes liberdade de culto, exigindo apenas a crença em um deus único: "O Grande Arquiteto do Universo".
A reação da Igreja Católica contra essa liberalidade demorou quinze anos, até que o papa Clemente XII, em documento oficial, acusa os maçons de heresia e ameaça os fiéis que se aproximassem da Ordem com a excomunhão. Nos países católicos, como Itália, Portugal, Polônia e Espanha, muitos maçons são perseguidos pela Inquisição e condenados à morte.
Diante desse quadro, os maçons não tiveram outra alternativa senão começar a agir secretamente. Seus encontros passaram a acontecer em desertos pátios de igrejas, altas horas da noite. E, mesmo assim, eles não deixaram de atuar na sociedade em que viviam, mantendo em segredo sua condição de maçom. Um grande número deles ingressou na política e participou de lutas sociais, sempre na defesa das causas libertárias e progressistas. Influenciaram episódios importantes como a Revolução Francesa (no século XVIII) a independência dos Estados Unidos e de muitos países da América do Sul, em cada país, em cada cidade, instalou-se uma loja maçônica. E seu ideal de Igualdade, Liberdade e Fraternidade - o lema da Revolução Francesa - nunca mais deixou de fazer eco em todo o mundo.
A Maçonaria é composta de homens éticos, religiosos e que acreditam que com seu exemplo e posturas pessoais podem influenciar e servir de exemplo de dedicação, compromisso, ética, fraternidade, compreensão, tolerância como base de suas relações pessoais e profissionais, contudo, respeita o próximo e suas ideologias, convivendo harmonicamente com quem tem idéias ou posturas contrárias a seus pensamentos e ações.
Nesta convivência pacífica e harmônica, firmam-se parcerias e laços de amizades fraternos e sinceros podendo se estender a outros estados como também países, numa rede de relacionamentos onde a ajuda mútua se traduz num conselho, orientações, mudanças de postura de auto-respeito e, principalmente, de respeito e ajuda ao próximo, sem interesse algum, nem obtenção de vantagem ou privilégio algum com sua postura.
Antes mesmo de se converter em qualquer ajuda financeira ou pessoal, observa-se a postura e relações pessoais com os colegas, no local de trabalho, nos círculos sociais onde freqüenta. Assim, acontece quando se observa a postura correta e íntegra a aproximação pessoal e fraterna de vários irmãos tendo como base a relação de verdade nas relações profissionais e pessoais, pois, a Maçonaria não considera possível o progresso senão no respeito à personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens.
A maçonaria combate a ignorância, as superstições, o fanatismo, o orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios, sendo que na prática diária e com uma mudança consciente e perseverante que esse combate é feito no cotidiano por seus membros, nos seus locais de trabalho, família e relacionamentos sociais.
Outra prática difundida e aceita entre os maçons é a de praticar a tolerância, uma vez que se respeitam todas as religiões e ideologias políticas e dentro de seu templo tais assuntos não são discutidos uma vez que cada um é livre para frequentar, praticar ou seguir a religião que lhe convier, não cabendo a outro maçom qualquer crítica ou preconceito de nenhuma espécie ou motivo.
Muitas vezes, a maçonaria é confundida com sociedade secreta que representa um ledo engano. Como o poderia sê-lo? Uma sociedade secreta não deveria ser difícil conseguir informações ou textos sobre ela? Uma simples busca por um termo genérico, maçonaria gera aproximadamente 981.000 links, textos e figuras sobre ela. Isso seria realmente real para uma sociedade secreta? Acho que não, aliás, tenho certeza que não.
Por se tratar de uma instituição cujas tradições, condutas e posturas seguem através dos tempos de forma conservadora e ao mesmo tempo rígida, combater as discriminações e atos de denigrem e remontam a escravidão que pode ter, entre seus membros, homens ilustres em posição que os permitam, por exemplo, contribuir de forma decisiva e direta em várias áreas, tanto no Brasil, quanto na Europa.
Nos quadro das Lojas Maçônicas sempre tiveram permeados por intelectuais, políticos e autoridades de todas as esferas, empresários e pessoas de expressão, como por exemplo, Filósofos como Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling.
A existência de pessoas dessa magnitude também existiu na América como os libertadores da América foram todos maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O`Higgins, na Argentina; Bolivar, no Norte da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador Dom Pedro I no Brasil.
No Brasil, tivemos expoentes como D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros, que em vários momentos participaram de alguns dos momentos mais importantes do país, como a Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os maçons tomaram parte ativa.